quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cueca Virada



Muita gente fala que Cueca Virada e Crostolli são a mesma coisa. Para mim não é.
Eu cresci vendo minha mãe fazer Crostolli todo final de ano. Essa iguaria natalina italiana leva pinga em sua massa. Pelo menos na receita que minha mãe aprendeu com a minha avó que aprendeu com minha bisavó e assim por diante, a receita leva um pouquinho de aguardente na massa sim. E essa deve ser a grande diferença (e que faz toda a diferença!) entre a cueca virada e o crostolli.

Quando viajei para o Rio Grande do Sul, comi muita cueca virada lá. Quando eu comentava que fazia uma receita parecida, e que se chamava Crostolli, todos me diziam que os dois eram a mesma coisa...

A foto que vocês vêem aí em cima é de uma receita de cueca virada, retirada do livro da Déia Rodrigues da Cunha Rocha, autora do livro “Os Comes e Bebes nos Velórios das Gerais e Outras Histórias”, um livro muito interessante que fala sobre as comidas servidas em velórios, hábito que ainda perdura em Minas Gerais. Para quem não sabe, eu trabalho no Departamento de Marketing da Kalunga, e quando vi que iam publicar uma matéria sobre comida, logo me prontifiquei em testar a receita. Assim, poderíamos fotografá-la e ilustrar a matéria. E seria também uma forma de eu ver, finalmente, qual era a diferença entre as duas.

Nunca tinha feito cueca virada, e quando testei a receita pude perceber que ela é muito parecida com a minha tradicional receita de crostolli, porém a textura e sabor final são diferentes. Em minha opinião o crostolli é imbatível, muito mais leve e saboroso. Entretanto, levei os quitutes para o trabalho e após serem devidamente fotografados pelo meu amigo (e ótimo fotógrafo) Thiago Souza, todos devoraram e aprovaram as cuequinhas!

Ingredientes
• 1 copo de óleo (usei daqueles copos de requeijão)
• 2 ovos
• 1 pitada de sal
• 1 copo de leite morno (usei a mesma medida do copo de óleo)
• 6 colheres de sopa de açúcar
• 2 colheres de sopa de fermento em pó
• 1 kg de farinha de trigo

Modo de fazer
Amasse bem todos os ingredientes e deixe a massa descansar por meia hora num recipiente. Quando você perceber que a massa cresceu, estará na hora de preparar as cuecas. Abra a massa com um rolo de macarrão e corte retângulos de 10 por 6 cm. Dê um talho de 2 cm bem no meio de cada um dos retêngulos, no sentido do comprimento. Puxe as duas pontas superiores e passe por esta abertura. Deixe descansar novamente. Em seguida, frite em óleo quente e passe no açúcar refinado com canela.

Essa receita rende muita cueca! Pra mim rendeu mais de 60 cuequinhas e eu já não agüentava mais abrir e fritar massa. Acredito que possa ser feita apenas meia receita. Principalmente para quem não está acostumado a cozinhar ou então não tem tanta gente pra comer!


Beijos e bom apetite!

Em tempo: um dia postarei a maravilhosa receita de crostoli que herdei da minha mãe... um dia... porque eu tenho muito ciúmes dela... muito...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lanche Francês




Lembro da primeira vez que minha mãe fez esse lanche. Eu ainda morava com meus pais e lembro dela vindo correndo em minha direção, toda sorridente, me contar que tinha aprendido uma receita maravilhosa numa aula de culinária que tinha participado naquela tarde. No mesmo dia ela foi ao mercadinho perto de casa, comprou os ingredientes que faltavam, e fez de jantar para nós. Eu, meu irmão e meu pai adoramos, e desde então essa receita virou um clássico lá em casa. Não era sempre que ela preparava, mas sempre que ela fazia chamava a família toda pra comer. Geralmente preparava aos domingos, que vira e mexe tinha mais algum agregado à mesa, ou meu marido, ou meu tio, ou alguma namorada de meu irmão, ou algum de seus muitos filhos do coração.

Não sei porque se chama Lanche Francês, e não me lembro em qual das inúmeras aulas de culinária que ela aprendeu essa receita., isso já faz muito tempo, eu devia ter uns 12 anos. Minha mãe fazia muita aula de culinária, não porque ela não sabia cozinhar e sim porque ela queria sempre aprender mais e mais. Ela amava cozinhar! Cozinhar para ela era tudo na vida, ela transmitia todo o seu amor em seus pratos, por mais simples que eles fossem, podia ser uma abobrinha refogada, mas ela fazia com tanto amor que se tornava a abobrinha refogada mais gostosa do mundo.

Quando fiz esse lanche pela primeira vez, ela já tinha falecido, e achei que não ia conseguir deixar como o dela. Ledo engano, graças à Deus, ficou igualzinho, o mesmo sabor, a mesma textura, o mesmo aroma. Enquanto comia, um universo de sensações e recordações vieram à tona. Não sei como consegui deixar igual, segui a receita certinho, claro, mas acho que o toque especial foi o carinho e dedicação com que cozinho também, herança dela. E por fim, todo mundo feliz em volta da mesa, apreciando a iguaria e lembrando dela com muito amor no coração.

Lanche Francês
Ingredientes
- 1 pacote de pão preto (sem a casca de cima)
- 1 copo de requeijão
- 200 grs de salame italiano moído
- 50 grs de queijo paramesão ralado

Ingredientes Creme
- 3 gemas
- 1 colher de sopa de maizena
- ¼ de tablete de caldo de galinha
- 3 xícaras de leite
- Salsinha e orégano à gosto

Modo de preparo do Creme
Misture as gemas, a maizena, o caldo de galinha e o leite numa panela e leve ao fogo, mexendo sempre até engrossar. Desligue o fogo e acrescente a salsinha e o orégano e acerte o sal.

Montagem do lanche
Unte com margarina ou manteiga uma forma refratária e faça a montagem do lanche da seguinte maneira:
- camada de pão preto
- camada de creme
- camada de requeijão (pode ser colocado aos montinhos, em cima de cada fatia de pão)
- camada de salame

Se a sua forma for alta você pode repetir essa seqüência de camadas mais uma vez, talvez precise de mais algumas fatias de pão. Caso a forma seja baixa, você pode fazer essa seqüência e repetir apenas mais uma camada de pão. O importante é que você finalize com uma camada de pão, cubra com o restante do creme e polvilhe o parmesão ralado por cima. Se quiser, pode salpicar um pouquinho de orégano por cima de tudo. Talvez você precise aumentar um pouco as quantidades dos ingredientes, caso sua forma seja muito grande, mas não se preocupe, essa receita é feita muito no olho. Você vai preparando as camadas conforme seu gosto, com muito ou pouco creme, salame ou requeijão. Certifique-se apenas de que todas as fatias de pão estejam bem besuntadas de creme, para que não fique seco.

Leve ao forno para gratinar e está pronto! Uma ótima opção de prato único para reunir toda a família.

Beijos e bom apetite!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Milho Frito


Essa era uma das receitas mais peculiares do cotidiano de minha mãe. Em 30 anos de existência, só vi algo parecido, tanto no sabor quanto na aparência, veja só, “parecido” num restaurante vegetariano aqui na Mooca. E isso é no mínimo curioso pois é algo tão simples, mas tão simples de se fazer, que nem dá pra acreditar que as pessoas de uma maneira geral não fazem. Na verdade o milho não é frito, e sim refogado, mas como tantas outras receitas, eu e minha mãe sempre a batizávamos ao nosso modo. Eu simplesmente amo essa maneira de se preparar milho. Para o dia-a-dia é um dos meus acompanhamentos prediletos. E pode ser uma substituição ao bem mais calórico creme de milho.

Engraçado como diversas vezes comentei para amigos que adorava milho frito e sempre como resposta vinha a cara de espanto: "Milho frito?!? O que é isso?" E lá ia eu explicar como era o preparo e recebia outra cara de espanto: "Nossa! Nunca comi!" Ao mesmo tempo que acho cômico a reação das pessoas, me dá uma pontinha de prazer em poder compartilhar algo tão "só nosso". Eu e meu irmão sempre adoramos essa sensação de saber que só na nossa casa poderíamos encontrar e comer certas gostosuras, uma sensação de proteção e conforto que sempre esteve muito presente em nós. Fico maravilhada com a peculiaridade de cada cozinha, como cada mãe ou pessoa que cozinha tem sempre aquele jeitinho todo especial de preparar algo, e fazer um ingrediente tão simples virar prato principal! Outra coisa que minha mãe sempre fazia e que nunca comi em lugar nenhum, mas já vi em livros de receitas, é salada de carne. Músculo cozido, cortado em pedaços bem fininhos, temperado com cebola e salsinha e servido frio. Exótico e delicioso!

Ingredientes
- 4 espigas de milho (os mais frescos que tiver)
- 1 cebola média picada
- 2 colheres de sopa de manteiga ou margarina
- água
- salsinha e sal a gosto

Modo de preparo
Limpe as espigas de milho tirando bem os fiapinhos. Retire os grãos das espigas utilizando uma faca bem afiada e cortando no sentido do comprimento. Refogue a cebola picada na manteiga ou margarina, e adicione os grãos de milho. Misture bem e deixe que o milho refogue um pouco com a cebola. Quando começar a grudar na panela, adicione um pouco de água para que o milho posso cozinhar e ficar molinho. Fique cuidando para que não queime. Se a água secar e o milho ainda estiver duro adicione mais água até que ele fique cozido ao seu gosto. Adicione a salsinha picada e acerte o seu sal. Pronto. Em menos de meia hora você terá um acompanhamento fácil de fazer, barato e maravilhoso! Espero que gostem!

Beijos e bom apetite!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobremesa de Três Cores

Uma das minhas recordações culinárias mais antigas é a majestosa "Sobremesa de Três Cores". Claro que este não é seu nome verdadeiro, muitos a chamam de Creme Belga, minha sogra tem um livro que diz Creme Chinês, e já ouvi a chamaram também de Espumoni... enfim...Eu e minha mãe a apelidamos carinhosamente desta forma quando eu ainda era bem prequena e desde então a chamamos assim. Aliás, a família inteira a chama assim, o apelido pegou mesmo! É uma das sobremesas mais antigas que me recordo de minha mãe fazendo, então tem um significado muito especial pra mim, sabor de infância, que me acompanha até hoje....

Ela reservava esta sobremesa para as datas especiais. Podia até fazer outras sobremesas, como Pudim de Leite e Manjar de Cocô com Ameixas, mas.... tinha que ter a Sobremesa de Três Cores! É um doce maravilhoso, leve, suave, textura incrível e o mais importante: tem três cores! Na verdade são três camadas: uma de creme de cor amarelinha, a segunda de gelatina de cor vermelha e por cima uma leve e saborosa "espuma" de cor rosa, formando assim, a sobremesa tricolor.

Quando minha mãe faleceu, eu não tinha essa receita comigo.
Quem me passou foi minha querida cunhada, que como uma boa fã de suas delícias tinha pego a receita com ela um dia. Muito de vocês devem conhecer essa receita, e devem conhecer por outros nomes também... Mas o que vale mesmo é provar dessa delícia, seja lá o nome que for. Façam! A receita está abaixo. Se você não cozinha, peça para alguém fazer, mas não deixe de experimentar!

Para esta receita você deverá fazer três preparações.Para esta receita você deverá fazer três preparações.

Primeira preparação:
- 1 lata de leite condensado
- 2 latas de leite comum (use a lata de leite condensado para medir o leite)
- 3 gemas peneiradas
- 3 colheres de sopa de maizena
Leve todos os ingredientes ao fogo médio, deixando a maizena por último. Qantes de adicionar a maizena, dissolva-a em um pouco de leite para que não “emp elote”. Mexa até engrossar. Estará pronto quando começar a aparecer o fundo da panela. Coloque num refratário e reserve.

Segunda preparação:
- 1 pacote de gelatina de morango
- 1 xícara de água quente
- 200 ml de suco de laranja natural coado
Dissolva o pacote de gelatina em uma xícara de água quente. Depois de bem dissolvida, adicione o suco de laranja. Reserve.

Terceira preparação:
- 3 claras
- 6 colheres de sopa de açúcar
Bata as três claras em neve. Após dar o ponto, adicione o açúcar e bata mais um pouco. Com as três preparações prontas, o restante é bem simples. Misture as claras em neve com a gelatina até ficar bem homogêneo e coloque por cima do creme que está no refratário. Logo que colocar essa mistura por cima do creme você já vai perceber ele se dividindo em duas partes, é muito interessante! Leve à geladeira por no mínimo umas 4 horas, para a parte da gelatina ficar bem firme.

Você pode servir essa sobremesa num refratário grande, ou em taças individuais. O importante é que seja de vidro transparente para dar o efeito das 3 camadas.

Beijos e bom apetite!

Olha a textura da primeira camada...humm...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sardela


Como uma boa família italiana, adoramos sardela.
Ainda mais se, para acompanhar, tiver um pãozinho italiano.
Italiano adora antepasto e adora pão. E eu e minha família, não somos diferentes.

Esta receita de sardela eu não sei de onde a Mamma pegou. Só sei que ela tinha há muito tempo guardada em suas coisas. Foi uma das primeiras receitas que eu fiz quando casei. Um dia me deu uma vontade louca de comer sardela e liguei correndo pra ela pedir a receita.

É super fácil de fazer. O trabalhoso é chegar no ponto certo. Faz sujeira na cozinha? Espirra pra tudo quanto é lado? Simmm! Mas a bagunça toda vale a pena! E a melhor coisa desta sardela é que não fica nadando no azeite como as que encontramos por aí. E eu tenho um segredinho muito bom para ela não ficar indigesta....


Ingredientes
- 4 pimentões vermelhos grandes (ou 6 pequenos)
- 1 cebola pequena (cortada em 4 partes)
- 6 dentes de alho
- 50 grs de aliche (pode ser o mais barato que você encontrar)
- 1 lata de sardinha
- azeite (4 a 6 colheres aproximadamente)
- orégano e sal a gosto

Modo de Preparo
Lave bem os pimentões, tire as sementes e pique grosseiramente. Numa panela coloque os pimentões picados, a cebola e os dentes de alho. Regue com azeite, e cozinhe até os pimentões ficarem bem murchinhos. Deixe esfriar um pouco e coloque tudo, tudo mesmo que tiver na panela, no liquidificador.

Bata ate até virar uma pasta. Adicione a sardinha e o aliche e bata mais um pouco até se dissolverem. Volte com esta pasta para a panela e apure em fogo médio, mexendo sempre. Dica: coloque uma luva ou enrole um pano de prato na mão pois espirra que é uma beleza! Você ficará apurando por aproximadamente por uma meia hora, depende muito da potência da chama de seu fogão. Quando esta pasta começar a ficar mais grossa e você começar a ver o fundo da panela, está pronto! Acerte o sal e adicione um pouco de orégano, se quiser. Deixe esfriar um pouco, coloque num recipiente e conserve em geladeira. Em casa, costuma durar até uns 10 dias tranquilamente, sem estragar.

Agora vai o segredinho: corte os dentes de alho ao meio, no sentido do comprimento, e retire o miolo. É essa parte do alho que faz com que você fique pensando nele mais tarde...

Beijos e bom apetite!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Apresentação

Olá à todos!

Pensei em escrever muitas coisas para esta apresentação.
Já é a milésima vez que digito e apago sem parar.
Não imaginava que era tão difícil escrever para os outros.
Eu sempre gostei de escrever... mas agora está difícil...

Como é grande a responsabilidade de escrever sobre alguém tão ESPECIAL. Especial assim mesmo, com todas as letras em maiúsculo! Estou falando de minha querida mãe, a "Mamma", que não está mais entre nós, e sim num lugar muito especial, pertinho de Deus.

Há 8 meses ela faleceu, mas é incrível como eu sinto ela muuuuito perto de mim.
Guiando mesmo, ao meu lado, sem perder nenhum detalhe, do mesmo jeito que ela era antes de partir, uma serelepe.

Basicamente, pra resumir, ela era irresistível!
Irresistível com todo o sentido da palavra: era fofinha, gordinha, baixinha (quase uma joaninha eu diria), buchechas rosadas, risonha e tinha uma mão que fazia maravilhas. Irresistível em seu jeitinho, em seu modo de ser, de pensar, de fazer e acontecer.

Ela era (e ainda é!) uma típica mama italiana, fazia TUDO na cozinha, até o macarrãozinho que ela colocava na sopa. Pizza comprada, nem pensar! Fazia a própria massa e congelava. Acho que vocês já entenderam o espírito da coisa....
Cozinhava muuuuito! Maravilhosamente bem. Quem já comeu, sabe do que estou falando. E não era alta gastronomia não, era o trivial, o arroz com feijão do dia-a-dia.
Mas era feito com tanto amor, mas com tanto amor que aquilo se transformava num banquete do mais alto nível.

Esse ensinamento ela me passou: cozinhar com amor. Ela dizia: "Tem que cozinhar pensando na pessoa que vai comer, senão não fica bom!" E é por essas, e muitas outras razões, que eu decidi começar este blog. É uma singela e genuína vontade de mostrar um pouquinho dela pra vocês, passar as coisas boas que ela me ensinou, compartilhar seus valores, ensinar suas receitas, e assim, fazer com que essa coisa boa que eu sinto dentro de mim chegue também até vocês.

Muitas das receitas delas ficaram comigo, me passou em vida, ensinando lado a lado, outras (a grande maioria) eu tento fazer de memória, lembrando-me do aroma, das cores, dos gostos, dos ingredientes, da forma como cortava os ingredientes, enfim, tento reproduzir suas receitas com o máximo de fidelidade possível, baseando-se naquilo que está dentro de mim,ou seja, minhas memórias gustativas.

A relação da minha família com a comida é muito forte. Somos descendentes de italianos e damos muito valor às refeições em volta da mesa.
A hora de comer é sagrada, sentamos todos juntos, saboreando, rindo, conversando. Comida caseira, farta, saborosa, saudável.
Sempre foi assim, prezo e me dedico para que assim continue.
Valiosos ensinamentos e costumes deixados por minha mãe, que foram passados à ela por minha avó, e assim por diante.

E é pra isso que estou aqui. Quero poder compartilhar com vocês as coisas maravilhosas que ela fazia, a relação emocional da minha família com a sua comida, falar de como eu comecei a cozinhar, enfim, tudo o que me der na telha! E olha que eu tenho bastante coisa nessa cabecinha aqui...

Essa aí embaixo é a Mamma, não é uma fofa?

Beijos e até!